sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Separações no meio artístico




Costumo ouvir a frase: "você não tem do que reclamar", e gostaria que ela fosse em sua totalidade real, mas já posso listar fatores que fazem dessa frase, uma pequena fração da verdade e só. Um desses fatores é que: Sou artista no Brasil, um país repleto das mais diversas culturas e realidades, rico em referências e bonito na sua natureza, mas onde todos esses aspectos não são valorizados pela grande massa. 
Porém vou me restringir a falar da carga que carregam os próprios artistas. Vejo no meu convívio com meus colegas da arte, que eles mesmos são grandes responsáveis por essa desvalorização, comercialização e massificação do nosso universo artístico. Vejo artistas que segregam, que se fecham em clãs, grupos, crews, ou seja lá que denominação podemos dar a pessoas que se fecham em seus "estilos" negando as belezas e riquezas do outro e pior se separando do outro. Nós devemos ser unidos, respeitosos e por favor, humildes. Já conheci artistas humildes e esses são os mais sábios que conheci. O EGO sempre tomou conta dos fazedores de arte, mas com a compreensão de mundo que temos nos dias atuais, é obviamente inaceitável a valorização do ego em pessoas que se denominam genuinamente artistas. É triste ver que poderíamos estar todos conectados e unidos, lutando por ideais comuns e somando cada um com sua arte, mas ao invés disso, ficamos apontando o dedo para os colegas e excluindo-nos uns dos outros. Sonho e não utopicamente com a união e o respeito no meio das artes. E aconselho aqueles que além de se afastarem das demais artes, ficam ainda com modelos estéticos ultrapassados e classificando dentro de seu próprio eixo, nos deixando claro e amostra essas separações, em eventos exclusivistas, mesmices de público alvo e restrições das mais diversas mesmo que essas não sejam verbalmente declaradas, que abram suas mentes, desçam do altar do ego, respeitem-se entre si e sejam agregadores sempre. A arte é ferramenta do ser e do saber, só está a décadas sendo deturpada e mal utilizada.

Por Sthefany Leal

Uma nova pedagogia em uma escola pública de São Paulo

Confiram o vídeo!


Vambora Brasil!

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Refletindo e filosofando...

A Vida É ilusãO



É ilusão, é ilusão, diz o Sábio. Tudo é ilusão.

Sim eu concordo que a vida seja uma ilusão... Isso porque a vida é feita de discursos e narrativas e nenhuma delas, até mesmo as científicas, conseguem se assumir como verdade absoluta, pois estão infimamente ligadas ao ser humano, à sua mente e sua imaginação. O que hoje pode ser considerado irrevogável pode não o ser daqui uns centos anos...
Há os que acreditam em um discurso religioso e vivem bem assim e também há os que não creem neste mesmo discurso e também vivem bem. Usamos vários discursos para explicar a natureza humana e talvez tentar alterá-la e ainda que alteremos uma coisinha ou outra, lá estão os homens lutando entre si e em si. Isso não muda, jamais. Não importa em qual sistema estejamos vivendo e de baixo de quais valores... Sempre estará o ser humano cometendo as mesmas gafes por poder.
Talvez a gafe e os erros não sejam o que importa... Talvez o que seja importante sejam essas teorias que inventamos à respeito de tudo e pra tudo. As reflexões e associações que fazemos. Mas será que sabemos lidar com isso? Estamos aqui jogados, vivendo e sobrevivendo à base de teorias, discursos e teses que se espalham, procriam e no fundo estão todas certas e equivocadas... Podemos usar mil exemplos para justificá-las e mais mil para renegá-las.
Daí só posso crer que de fato e no ato, assim como disse Salomão, a vida é uma ilusão... Porque, já diz Shopenhauer:

“O mundo é a minha representação – Esta proposição é uma verdade para todo o ser vivo e pensante, embora só no homem chegue a transformar-se em conhecimento abstrato e refletido. A partir do momento em que é capaz de levá-lo a este estado, pode dizer-se que nasceu nele o espírito filosófico. Possui então a inteira certeza de não conhecer nem um sol nem uma terra, mas apenas olhos que veem este sol, mãos que tocam esta terra; numa palavra, ele sabe que o mundo que o cerca existe apenas como representação, na sua relação com um ser que percebe, que é o próprio homem” (Schopenhauer).

  
Há também um ditado chinês que diz: “O mundo não é o que é, mas o que nós somos”.
Ou seja, o mundo é o que cada ser humano pensa do mundo. E ninguém é capaz de concordar inteiramente com o outro, porque a comunicação é falha e ninguém compreende ou outro totalmente...

Daí ao tentar olhar o mundo como espectador e se deparar com uma repetição infinita de comportamento: violência, inveja, orgulho, ganância. Ao perceber que o sentido da vida é frequentemente questionado e nenhuma resposta é boa o suficiente por muito tempo...

“Estoy de acuerdo” com o dramaturgo espanhol Calderón de La Barca: “La vida es sueño”

No entanto, ainda que a vida seja uma ilusão, ou representação como diz Shopenhauer e que possamos nos servir disso para expandir nossa mente e respeitar mais o próximo, é perigoso relativizar em excesso, sendo assim, precisamos nos desiludir e deixar de crer em verdades que não cabem em nossos discursos atuais ou pelo menos entender em que essas verdades se transformaram, mas isso é um assunto para outras reflexões...

Por Titta.

Fontes:
1- Bíblia. Eclesiastes 1.2.
4 - LA BARCA, Calderón. La vida es sueño. 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Edgar Morin: seu pensamento transdisciplinar e a educação planetária

Livre de fronteiras disciplinares, Edgar Morin pensa de forma transgressora e complexa. Interliga conhecimentos de distintas áreas, estabelecendo uma comunicação capaz de dotar de sentido o saber. Propõe a interligação entre ciência, artes e tradição; entre sujeito, objeto e conhecimento produzido; entre corpo, mente e sentimentos.
Questionando a separação dos conhecimentos em disciplinas que não se comunicam entre si, argumenta que na escola tradicional aprendemos a separar e analisar sem, contudo, aprendermos a relacionar e a interligar.
Seguimos nessa lógica da “separação” e da “distinção” encarando o ser humano como sendo corpo, mente e sentimentos, partes disjuntas entre si, ignorando que esses são três aspectos de um todo indivisível e complexo.
Em níveis mais amplos, continuamos a mesma lógica de separação e disjunção. A discriminação social, a estratificação das pessoas em camadas sociais ou em níveis sociais, ou ainda em castas. As guerras e a falta de diálogo intercultural. A incapacidade de compreender as necessidades e os pontos de vista do outro, de outra cultura, de outra comunidade.
Segundo Morin, nosso atual modelo de educação, fundado sobre a lógica da disjunção, é incapaz de perceber as relações existentes entre os conhecimentos, é incapaz de conceber e contemplar, em seu currículo e sua didática, o ser humano como um todo indiviso. Desta maneira, contribui para o distanciamento cada vez mais crescente do ser humano para com os outros e para com a natureza. Sem falar no desconhecimento do ser humano em relação a si próprio, a seus desejos internos, suas necessidades, seus sentimentos, medos e anseios.
Para Morin, todo conhecimento é uma tradução e uma reconstrução. Não existe um conhecimento absoluto, ao contrário, o conhecimento é sempre passível de erros e ilusões. A ideia de que todos percebemos a mesma realidade é uma ilusão. A partir da nossa percepção individual, traduzimos os estímulos que recebemos do exterior e reconstruímos a realidade conforme nossos próprios processos internos. Ou seja, o que achamos que é a realidade, na verdade é uma interpretação particular, individual e só partilhada através da linguagem.
A educação tradicional, portanto, adotou um único modelo de realidade que é postulado nos livros didáticos que são perpetuados geração a geração. Os professores são formados a partir de uma simplificação de mundo onde eles acreditam que é possível simplificar a realidade para ser melhor apreendida ou transmitida a seus alunos.
Este é um grande obstáculo o qual a educação planetária, estruturada sob um Paradigma da Complexidade e não um paradigma da simplificação, deve conseguir transpor.
Os conhecimentos que criamos na escola tradicional, simplificados e simplificantes, passam a ser tratados quase como dogmas e esses dogmas passam a “controlar” a escola, os currículos, didáticas e sistemas de avaliação. Controlam o fazer do professor, a estrutura das salas de aula,  os corredores e pátios.
Uma educação simplificadora e dogmática, disciplinar, atrofia a aptidão de contextualizar os conhecimentos. Valoriza muito mais a separação que a associação de ideias num todo significativo.
A educação planetária deve caminhar em direção às associações, não só analisando a realidade, mas estabelecendo relações entre os conhecimentos construídos. Relacionando não somente conteúdos disciplinares de diferentes áreas, mas também indivíduo, sociedade e natureza; corpo, mente e emoções.
A identidade humana, o que nos torna humanos, o que nos une enquanto seres humanos? Essa é uma questão que não pode ser ignorada pela educação planetária.


Somos todos muito parecidos geneticamente. Enquanto indivíduos de uma mesma espécie, temos as mesmas necessidades. Ao mesmo tempo, somos diversos, em cultura, em organização de sociedades, raças, línguas.
Somos, ainda, parte de uma natureza indivisível. Dependemos de interligações com outros seres vivos, com seres não vivos, somos natureza.
Essas são as três dimensões do ser humano: enquanto individuo, enquanto espécie, enquanto ser social.
O ser humano está ameaçado em todas as suas dimensões. Esse pensamento simplificador da realidade fez com que, ao perdermos a visão do todo e suas ligações, produzíssemos conhecimentos capazes de nos distanciar cada vez mais da vida natural e social.
Produzimos ameaças a nós mesmos. Enquanto espécie, estamos ameaçados constantemente por perigos de guerra, de desastres nucleares, perigos causados pelo aquecimento global.
Enquanto ser social, estamos ameaçados por um totalitarismo do capital, por uma economia que invade fronteiras e busca uma homogeneização capaz de aniquilar culturas em prol da criação de consumidores para alimentar o mercado.
Enquanto individuo, o ser humano se perde de si mesmo, ignora sua espiritualidade, seus anseios, seus desejos e medos. Ameaça a si mesmo e cai, cada vez mais no abismo das doenças da modernidade: depressão, ansiedade, obesidade, dentre outros transtornos severos.
Devemos, portanto, através de uma educação planetária, nos proteger enquanto espécie, enquanto ser social e enquanto indivíduos. A escola para uma educação planetária deve contemplar esses aspectos em seus planos curriculares, na didática e atividades cotidianas, em uma nova concepção espacial da escola.

Movimento Armorial

Qual é a cultura verdadeiramente brasileira?

Negra, portuguesa, indígena?


    No dia 18 de Outubro de 1970, na Igreja São Pedro dos Clérigos em Recife, iniciou-se oficialmente o movimento, no qual se busca trazer a resposta a essa pergunta. O idealizador foi e é o dramaturgo e romancista pernambucano Ariano Suassuna, que naquela data lançou o concerto-pedagógico, com a Orquestra Armorial, entitulado ”Três Séculos de Música Nordestina: do Barroco ao Armorial”, no qual a pintura, escultura e xilogravura se uniam à música para lançar as ideias do escritor.
   Em meio à forte entrada dos valores culturais americanos no nosso país nos anos 70, o movimento, diferente do Tropicalismo, se focou integralmente na busca das origens da cultura nacional, a fim de se criar uma arte sólida e verdadeiramente brasileira, com ênfase no Nordeste.
     A Arte Armorial se baseia na ideia de que a cultura brasileira genuína é resultado dos intensivos processos imigratórios,  livres e forçados, que ocorreram no país desde a chegada dos portugueses, e da cultura indígena anteriomente já presente. Com isso, o movimento assume uma arte de formação técnica européia (erudita) e com base na tradição nacional, englobando diversas expressões artísticas como a música, o teatro, a poesia, a dança, a pintura, xilogravura, escultura e até o cinema.


Ariano Suassuna
    
A Orquestra Armorial, com a qual lançou-se o movimento, foi logo convertida em um grupo menor para melhor se adequar à estética pretendida, e formou-se então o Quinteto Armorial, que foi um dos maiores expoentes do movimento, formada pelos (na época) jovens músicos: Antônio Madureira, Antônio Nóbrega, Egildo Vieira, [Jarbas Maciel], Edison Eulálio Cabral e Fernando Torres Barbosa. O grupo obteve um excelente alcance da estética pretendida, é fácil entender do que se trata o movimento ouvindo seus quatro álbuns gravados: Do Romance ao Galope Nordestino (1974);  Aralume (1976); Quinteto Armorial (1978); Sete Flechas (1980);

Quinteto Armorial
Quinteto Armorial
    
Nas Artes Plásticas, os principais percurssores da estética armorial foram os pernambucanos Gilvan Samico (xilogravura) e Francisco Brennand (escultura). Tomando por base a arte tradicional e de traços tortos da xilogravura e dos ferros marcadores de gado do Nordeste, puderam dessa forma, dar cores e formas ao universo mítico do Sertão que Ariano Suassuna idealizara.
Gilvan Samico
        Obra de G. Samico
Brennand
Ateliê de F. Brennand  no Recife
    Também inspirado nos ferros marcadores de gado, A. Suassuna desenvolveu um trabalho tipográfico ligado à sua heráldica sertaneja: o Alfabeto Armorial.
TIPOGRAFIA ARMORIAL
No link abaixo, do Blog ”O Tipo da Fonte”, pode-se entender melhor o processo de concepção do alfabeto:

    Quanto ao nome ”Armorial”, que é um substantivo que dá nome ao livro que contém os antigos brasões e bandeiras das famílias, foi usado como adjetivo por A. Suassuna, por idealizar um sertão quase que medieval à maneira brasileira, comparando os cangaceiros aos cavaleiros, os donos de fazenda aos rei e condes e suas filhas a princesas; sendo assim, os símbolos dos armorias trariam a principal inspiração para a estética e aspiração ao mundo sertanejo que A. Suassuna sonhara.
    Este mundo pode ser vivenciado em seus autos e peças de teatro, porém a sua maior obra em termos armorias é o seu primeiro romance escrito em 1971, e que se tornou imprescindível a quem quer conhecer o movimento; chama-se ”O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta”, sendo o primeiro da trilogia ainda inacabada “A Maravilhosa Desventura de Quaderna, o Decifrador, e a Demanda Novelosa do Reino do Sertao”, da qual A. Suassuna escreveu a primeira parte do Segundo livro ”A História d’o Rei Degolado nas Caatingas do Sertão; Parte I – Ao Sol da Onça Caetana”. Baseada no primeiro livro, de grande sucesso, foi feita uma minissérie pela rede Globo em junho de 2007, que tem excelente produção e expressa muito bem a estética do movimento.

a pedra do reino
     
    Em 2000 foi lançado o filme baseado no livro ”Auto da Compadecida”, o qual fez enorme sucesso e ganhou muitos prêmios, sendo o principal expoente da estética armorial ligada ao Cinema.
   Atualmente A. Suassuna executa seus concerto-pedagógicos junto a um grupo de dançarinos e músicos entitulado ”Circo da Onça-Malhada”, apresentando-se em diversas cidades do país, divulgando as ideias e estética do movimento.
    O Movimento Armorial, em sua escência, não é ligado a dogmas e não supõe regras: Foi, e ainda é, uma tentativa de mostrar ao nosso país a sua própria cara. Nasceu na fase do ínico da crítica supressão da nossa cultura tradicional e popular, e é um alerta de que nossa cultura está sendo substituída por padrões exteriores, tão pouco ligados às nossas verdadeiras tradições. Ariano Suassuna é, porque não, um profeta: o seu mundo fantástico é um portal para o que há de mais real na nossa cultura.

Educação arcaica.


Chegamos num período crítico em relação a atual situação educacional no Brasil. Moldes, padrões, métodos e fórmulas arcaicas tomam conta de nosso cenário de educação formal no país. Professores adeptos às formalidades e amarrados à pressupostos alienantes, tornam a prática docente travada em seu tempo, desrespeitando o processo evolutivo da sociedade e suas características contemporâneas.
Quando começamos a destrinchar os motivos pelos quais a situação da educação aqui é tão precária, um certo desespero nos atormenta, e aquela sensação de que tantas estruturas necessitam ser modificadas, que somente uma trupe de extraterrestres com diversos poderes poderiam causar alguma mudança em nível nacional.
 Utopias à parte, vejo presente no meu convívio com os mais diversos tipos de educadores, aqueles que parecem estar num nível “inconsciente” e aqueles que parecem estar num nível “consciente”. Porém a grande maioria ainda marcante, é daqueles que ainda não compreenderam em si mesmos, que tipo de educador ele é, e que qual tipo de aprendiz ele quer ter. E essas devem ser perguntas centrais na sua prática docente, mesmo que todo o sistema estruturado seja o causador de ações e reações de muitos fracassos nas escolas e salas de aula, está nas mãos dos educadores, parte da responsabilidade universal para uma nova ordem mundial. Diversos estudos relatam que a falta de saúde e alimentação básica, tornam o ensino inviável, ou seja, crianças e jovens doentes e desnutridos, não conseguem se desenvolver potencialmente em questões cognitivas. Então o Brasil está cavando o seu próprio buraco e a cada dia caminhamos rumo ao caos na sociedade. Isso na verdade já vem acontecendo, e posso analisar com clareza pois habito na cidade mais cinza e consumista do Brasil, São Paulo. Aqui já vivemos o caos, ele é cotidiano. As questões mais primárias se tratando de educação deixam a desejar nos moradores daqui. Nossa religião é o dinheiro, nossas igrejas os shoppings e assim somos escravos do consumo e do trabalho. Ter vale mais do que Ser, e assim o caos social vem se consolidando dia após dia. Ainda me resta esperança, pelo trabalho que desenvolvo, pela biografia que está presente no meu trabalho e por conhecer colegas e projetos que acreditam na mudança e se aconselham nos textos imortais de Freire, Morin, Milton Santos entre outros. A fé sem hipocrisia aumenta quando entro em sala de aula e desconstruo, descubro, provoco, estimulo. Quando ouço relatos de alunos dizendo que estão lendo, filosofando, enfim, pensando e existindo. A luta não pode cessar e enquanto houver pensadores e fazedores como nós, ainda temos no que acreditar.

Sthefany Leal.

A morte de Ambrósio Kaiowá

"Liderança Guarani Kaiowá do acampamento Guyraroká foi assassinado a facadas em sua própria aldeia, a caminho de casa"


Ruy Sposati
do Cimi

Ambrósio Vilhalva foi assassinado a facadas às 20h30 da noite de 1º dezembro, em sua própria aldeia, a caminho de casa. Sua morte é triste e complexa. Propomos aqui três apontamentos para refl etir e para tentar compreender a morte de Ambrósio – e seus últimos anos de vida. O primeiro está relacionado à terra.
Guyraroká é um território retomado pelos Kaiowá. Em 1990, um grupo de 30 famílias que viviam confi nadas na reserva Tey’kue, em Caarapó, conseguiu ocupar 60 hectares de uma das fazendas. Dali foram expulsos e permaneceram por quatro anos na beira da estrada, até que conseguiram voltar para a área.
Estudos antropológicos confi rmaram a tradicionalidade do Guyraroká: 12 mil hectares foram identifi cados como terras originariamente ocupadas por aquelas famílias. Em 2009, o Ministério da Justiça publicou uma portaria declaratória, reconhecendo a área como efetivamente indígena.
O segundo apontamento está relacionado aos impactos do processo histórico imposto aos Guarani Kaiowá de perda de território e do confi namento nas reservas. Estas experiências foram traumáticas, transformaram abruptamente seus modos de viver. Diminuíram e alteraram profundamente a qualidade e o sentido da vida destas pessoas.
Nesse contexto, bem como o aumento da taxa de suicídios, o uso compulsivo de bebidas alcoólicas proliferou com bastante força, atingindo centenas de Kaiowá desde então. Para suportar as tentativas de disciplinamento por parte do Estado e do capital, embriagar-se ou se matar transformaram-se em saídas. E Ambrósio bebia muito.
O terceiro apontamento tenta dar cabo do elemento mais trágico e grotesco da história: Ambrósio, segundo informações preliminares, teria sido assassinado por indígenas – e não por pis toleiros. No último período, a liderança vinha sendo alertada pela comunidade sobre os problemas que o uso compulsivo de bebidas alcoólicas traziam. Ambrósio vinha se tornando cada vez mais hostil com os indígenas da aldeia. As memórias dão conta de que antes ele não era assim. Ambrósio era um bom yvyra’ja (aprendiz e auxiliar) do pai, seu Papito, tekoa’ruvixa (ou ñanderu, o rezador tradicional Kaiowá) da comunidade.
Em 2008, Ambrósio foi um dos protagonistas do longa de fi cção Terra Vermelha, co-produção italiana e brasileira sobre a tragédia Kaiowá. Bastante elogiado, o fi lme teve cinco nominações (entre elas, para o Festival de Veneza) e duas premiações. Ambrósio viajou bastante em função das agendas extensas de divulgação do fi lme.
Após a exposição e a circulação do Kaiowá em festivais, espaços políticos e outras esferas, em diversos países, ele teria fi cado assim, avesso, conforme indígenas que conviveram com Vilhalva.
Sob severas privações em seu tekoha (terra) diminuto, a circulação de Ambrósio pelas extensas arenas por onde Terra Vermelha o levou teria acentuado as dissociações causadas pela invasão das terras Guarani Kaiowá, alçando Vilhalva a uma imagem difusa de si próprio.
Outros atores do fi lme também têm sofrido problemas semelhantes. Os produtores de Terra Vermelha possivelmente desconhecem esse fato, e muito menos anteviram os efeitos que a velocidade estonteante com que Ambrósio foi solapado provisoriamente de seu universo social causariam.

Vem aí o 1º Festival de Direitos Humanos – Cidadania nas Ruas

Propor um amplo debate sobre direitos humanos no Município, ressaltando a importância da construção do sentimento de pertencimento à cidade e de uma convivência cidadã nos espaços públicos, é o foco do 1º Festival de Direitos Humanos – Cidadania nas Ruas, realizado pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) na semana em que a ONU celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

De 7 a 15 de dezembro, serão realizadas atividades em diversos pontos da Cidade. Haverá debates, oficinas, shows, intervenções artísticas, teatro de rua, exibição de filmes, além de ações promovidas por organizações da sociedade civil.

Confira abaixo a programação completa e participe!



DIA 7/12 (SÁBADO)

Abertura oficial do Festival de Direitos Humanos – Cidadania nas Ruas
Apresentação da programação do Festival e abertura do Espaço Cidadania nas Ruas, que, durante toda a semana, reunirá informações sobre as atividades. A abertura contará ainda com uma roda de conversa com a cineasta Tata Amaral, sobre as intervenções audiovisuais RUA! (leia abaixo).
Praça do Patriarca, centro
Às 15h


Galeria de Fotografia de Rua na Rua
Tem início a intervenção urbana de fotografias a céu aberto, na qual serão apresentadas imagens que representam os artigos da Declaração Universal de Direitos Humanos.
Colunas do Minhocão (entre as Estações Marechal Deodoro e Santa Cecília do Metrô)
Até 15/12


Cine Direitos Humanos
Exibição do filme ‘Tatuagem’, do diretor Hilton Lacerda, que retrata o romance entre um soldado de 18 anos e um agitador cultural, dono de um cabaré anarquista. Vencedor do prêmio de Melhor Filme do Festival de Gramado 2013, o longa também mostra um grupo de artistas do Nordeste provocando o poder e a moral com seus espetáculos e suas interferências públicas. Saiba mais sobre o Cine Direitos Humanos.
Espaço Itaú de Cinema
Shopping Frei Caneca
R. Frei Caneca, 569, Consolação
Às 11h


Intervenções audiovisuais RUA!
Começa a exibição de minidocumentários do Projeto RUA!, da cineasta Tata Amaral, que retrata os mais variados tipos de intervenção urbana na Cidade, desde as ocupações verdes até a luta pela memória e a verdade, passando pelo teatro de rua e pelo grafite. Os curtas serão exibidos nas ruas. Confira as datas e os locais:
Dia 7/12 (sábado): Cemitério da Consolação, Rua da Consolação, 1660, às 20h
Dia 8/12 (domingo): Rua Mário Costa, 13, Vila Maria Zélia, Belém, às 20h
Dia 9/12 (segunda): Estacionamento Stalu Park, Rua Augusta, 921, centro, às 21h
Dia 10/12 (terça): Ó do Borogodó, R. Horácio Lane, 21, Pinheiros, às 20h30
Dia 11/12 (quarta): Cemitério do Araçá, Av. Dr. Arrnaldo, 666, Cerqueira César, às 20h
Dia 12/12 (quinta): Estúdio Lâmina, Avenida São João, 108, centro, às 20h
Dia 13/12 (sexta): Edifício Interlagos, esquina da R. Fernando de Albuquerque com a R. Augusta, centro, às 20h
Dia 14/12 (sábado): Edifício Maria Eulália, R. Augusta, 1276, centro, às 20h


Exposição PopRua
A abertura da exposição foi transferida para o dia 9/12 (segunda).
Veja abaixo
*Atividade da sociedade civil
Direitos Humanos na Praça: por meio da parceria entre o Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo e o Projeto O Autor na Praça, serão feitas intervenções e apresentações sobre o tema Drogadição e a Luta Antimanicomial.
Praça Benedito Calixto, Pinheiros
Das 14h às 19h


 
DE 7 A 14/12

Circuito Juventude nas Ruas
Diversas intervenções feitas em parceria com grupos, movimentos, artistas e coletivos da Cidade acontecerão em espaços públicos da periferia. Entre as ações, estão oficinas artísticas, campeonatos esportivos, shows, batalha de MCs, grafite, skate, basquete de rua, oficina de pipas, xilogravura e cordel.

- Dia 7/12 (sábado)
Cultura nordestina: as atividades explorarão as múltiplas linguagens e manifestações culturais do Nordeste, desde os variados estilos do forró até a xilogravura e o cordel.
Praça do Forró
Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, São Miguel
Das 14h às 22h


- Dia 8/12 (domingo)
Olhares dos Jovens sobre a Cidadania nas Ruas: tem início o circuito de fotografia que levará jovens da periferia ao centro da Cidade. É preciso fazer inscrição prévia. A atividade começa na Praça da República e segue até o dia 12/12.
Dia 8/12: saída às 15h da Praça da República (ao lado da estação de metrô)
Dia 9/12: saída às 15h do saguão principal da Estação da Luz
Dia 10/12: saída às 15h da Casa da Imagem (ao lado do Páteo do Colégio)
Dia 12/12: saída às 15h da Praça do Patriarca (cobertura)

 Jogos e Arte de Rua: haverá batalha de rap, oficinas de bonecas negras, campeonatos de skate e shows de rap, em dois locais:
1. Avenida Combate da Lagoa, s/n, Vila Maria. Das 14h às 22h
2. Praça do Skate, Avenida Carlos Caldeira Filho, s/n, Campo Limpo. Das 14h às 22h


- Dia 14/12 (sábado)
Jogos e Arte de Rua: acontecerão oficinas de grafite, debates, shows de rap, hip hop e funk, além de campeonato de skate, em três locais:
1. Praça do 19, Rua Henriqueta Salvadore Giacometti, Cidade Dutra. Das 14h às 22h
2. Praça Maria das Graças dos Reis, Avenida Sarah Kubitschek, s/n (ao lado do terminal novo), Cidade Tiradentes. Das 14h às 22h


 
DIA 9/12 (SEGUNDA)

Intervenção artística EU EXISTO
Durante todo o Festival, bonecos confeccionados por moradores de rua em oficinas ministradas pelos artistas plásticos Helder Oliveira e Wagner de Almeida serão colocados em lugares públicos da Cidade. O objetivo é provocar a população a refletir sobre a realidade de quem está em situação de rua, trazendo à discussão o acesso à cidadania, a questão da invisibilidade, do preconceito e dos estigmas sofridos por esse grupo.
Acompanhe o roteiro da intervenção na página do Facebook da SMDHC
Até 13/12


Exposição PopRua
Começa a mostra de telas que foram produzidas por artistas plásticos, com a intervenção de pessoas em situação de rua, durante o #DiálogoSPDH/PopRua, realizado na Praça da Sé, em agosto. Também serão exibidas as fotografias do primeiro albergue noturno da cidade de São Paulo, datadas de 1957, encontradas pelo historiador João Gomes.
Galeria Prestes Maia
Praça do Patriarca, s/n, centro
Das 9h às 18h
Até 13/12


Inauguração da sala ONU
A Biblioteca Mário de Andrade fará a abertura de uma sala que reúne documentos da Organização das Nações Unidas sobre direitos humanos, de 1958 até hoje, que agora ficarão disponíveis ao público.
Biblioteca Mário de Andrade
Rua da Consolação, 94, centro
Às 19h


Festival de Curtas-metragens em Direitos Humanos ENTRETODOS
Começa a 6ª edição do Festival, que exibirá, até 13/12, em 45 pontos espalhados pela Cidade, 32 curtas-metragens com temas relacionados aos direitos humanos. Os trabalhos foram selecionados entre 300 inscritos e concorrem em seis categorias: Melhor Curta-Metragem (prêmio do Júri Oficial), Visão Social, Melhor Roteiro, Melhor Curta-Metragem Educativo, Melhor Curta-Metragem (prêmio do público) e Melhor Filme Estrangeiro.
Confira a programação completa e os locais de exibição no site www.entretodos.com.br
*Atividade da sociedade civil
Cidade e informação: realizada pela Ação Educativa e pelo Artigo XIX, a atividade tem como objetivo informar a população sobre o direito à informação, à participação e ao controle social. Será realizada oficina para orientar os participantes sobre como fazer pedidos de acesso a informações em diferentes órgãos públicos.
Ação Educativa
Rua General Jardim, 660, Vila Buarque
Das 19h às 22h


 
DIA 10/12 (TERÇA)

1º Prêmio de Educação em Direitos Humanos
O prêmio será entregue a professores e escolas públicas que desenvolveram projetos de fomento à cultura de direitos humanos na rede municipal de ensino. O júri é formado por Maria Victoria Benevides, Kabengele Munanga, Flávia Schilling, Margarida Genevois, Paulo Vannuchi, Fernando Almeida e Olívio Jekupé. No evento, haverá uma homenagem a d. Paulo Evaristo Arns.
Auditório do Ibirapuera
Parque do Ibirapuera
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, portão 3
Às 18h

*Atividade da sociedade civil
Lembrar É Resistir! Memória, Verdade e Justiça: intervenção urbana em frente ao prédio da 36ª Delegacia, no Paraíso, antigo prédio do DOI-CODI, com leitura de textos censurados pela ditadura e homenagem aos torturados pela repressão.
36ª Delegacia
Rua Tutoia, 921
Às 14h


 
DIA 11/12 (QUARTA)

Peça de teatro ‘Liberdade é pouco’
Apresentação ao ar livre, em via pública, de cenas desenvolvidas a partir do texto ‘Liberdade Liberdade’, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, censurado pela ditadura militar. Concepção inicial de Celso Frateschi, com roteiro realizado por Dorberto Carvalho. Haverá encenação nos dias 11, 12 e 13/12 (saiba mais).
Saída dos balcões do Teatro Municipal (Praça Ramos de Azevedo, s/n) com cortejo até o Vale do Anhangabaú
Às 19h
Até 13/12


Exibição do filme 'Cidade Cinza'
A projeção será seguida de debate sobre arte e urbanismo com Nabil Bonduki, urbanista e vereador, e Julio Dojcsar, grafiteiro, cenógrafo e integrante do coletivo Casadalapa e da Frente 3 de Fevereiro.
Centro Cultural da Juventude
Espaço Sarau
Avenida Deputado Emilio Carlos , 3641, Vila Nova Cachoeirinha
Às 19h

*Atividade da sociedade civil
Mulheres nas Ruas: Cidadania se Constrói com Igualdade: haverá minipalestras e conversas com militantes feministas, além de distribuição de manifesto sobre a questão da mulher nos espaços da Cidade e seus direitos. O evento acontece em dois locais:
1. Hospital do Jabaquara, Av. Francisco de Paula Quintanilha Eibeiro, 860. Das 9h às 16h
2. Terminal Parque D. Pedro II, Av. do Estado, s/n. Das 17h às 19h


 
DIA 12/12 (QUINTA)

Ciclo de Debates Direitos Humanos e a Cidade
Inauguração da série de debates que acontecerá ao longo da gestão, com o objetivo de promover o diálogo sobre a transversalidade da politica de direitos humanos e sua interface com as demais políticas públicas municipais. Para debater a cidade e a ocupação do espaço público, o evento terá a presença do convidado especial Ladislau Dowbor e dos secretários municipais Rogério Sottili (Direitos Humanos e Cidadania) e Fernando Mello (Desenvolvimento Urbano).
Centro Cultural São Paulo
Sala Jardel Filho
Avenida Vergueiro, 1000 (Metrô Vergueiro)
Das 19h às 21h
Sujeito à lotação máxima do auditório (350 pessoas)

*Atividades da sociedade civil
Seminário de 10 anos do Estatuto do Desarmamento: organizado pelo Instituto Sou da Paz, pela Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas e pelo Instituto Igarapé, o evento debaterá os avanços e desafios para a redução dos homicídios no Brasil. É preciso fazer inscrição prévia.
Escola de Direito da FGV
Rua Rocha, 233, Bela Vista
Dia 12/12, das 14h às 18h
Dia 13/12, das 9h às 17h

Mais informações e inscrições aqui
Ação Educativa, os Direitos Humanos e a Cidade: ato de lançamento de publicações que trazem informações importantes sobre a cidade de São Paulo.
Dia 12/12: Praça do Patriarca, centro. Das 17h às 18h30
Dia 13/12: Escola de Direito da FGV, Rua Rocha, 233, Bela Vista. Das 9h às 17h


 
DIA 13/12 (SEXTA)

Premiação do Festival ENTRETODOS
Serão revelados os curtas-metragens vencedores da mostra competitiva, eleitos pelo Júri Oficial (composto por profissionais dos meios cinematográfico, cultural e de educação, com militância na área de direitos humanos) e pelos espectadores.
Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes
Av. Inácio Monteiro, 6900, Cidade Tiradentes
Às 16h

*Atividades da sociedade civil
Educação, Direitos Humanos e Acesso ao Conhecimento no Brasil: as atividades envolvem debates, oficinas de construção colaborativa de texto e edição na Wikipedia, além de outras atividades propostas pelos participantes.
Ação Educativa
Rua General Jardim, 660, Vila Buarque
Dia 13/12, das 19h às 22h
Dia 14/12, das 9h30 às 18h
Dia 15/12, das 9h30 às 18h

Futebol de Rua – PopRua e GCM: em parceria com a ONG Ação Educativa, a SMDHC realizará a partida entre pessoas em situação de rua e guardas civis metropolitanos, com a utilização da metodologia 'fútbol callejero' (futebol de rua), surgida nas periferias da região metropolitana de Buenos Aires, em 1990.
Praça Roosevelt, centro (a confirmar)
Às 14h


 
DIA 14/12 (SÁBADO)

Cine Direitos Humanos
Exibição do filme ‘Mataram meu irmão’, de Cristiano Burlan, que conta a história do irmão do diretor, assassinado com sete tiros, há 12 anos. O cineasta relata os fatos, investigando o envolvimento da vítima com as drogas, e compõe um retrato da violência que domina os bairros da periferia da Cidade. Saiba mais sobre o Cine Direitos Humanos.
Espaço Itaú de Cinema
Shopping Frei Caneca
R. Frei Caneca, 569, Consolação
Às 11h


 
DIA 15/12 (DOMINGO)

Show Cidadania nas Ruas
Importantes nomes da música brasileira encerram o Festival de Direitos Humanos – Cidadania nas Ruas e celebram a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Emicida, Rael, Tulipa Ruiz e Marcia Castro sobem juntos ao palco da área externa do Auditório Ibirapuera, com as participações especiais de Baby do Brasil, Tom Zé e Caetano Veloso. A abertura ficará a cargo de Ellen Oléria, com participação de Flora Matos.
Parque do Ibirapuera
Em frente ao Auditório Ibirapuera
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, portão 3
Das 16h às 19h30



* Atividades autogestionadas da sociedade civil, de responsabilidade das entidades que as realizam
A programação está sujeita a alterações

Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/

Escravidão Voluntária








"A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais.

Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é dado, se demonstram estar suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os mestres a quem deverão servir. Para que esta tragédia absurda possa ter lugar, foi necessário tirar desta classe a consciência de sua exploração e de sua alienação. Aí está a estranha modernidade da nossa época.

Contrariamente aos escravos da antiguidade, aos servos da Idade média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje em dia frente a uma classe totalmente escravizada, só que não sabe, ou melhor, não quer saber.

Eles ignoram o que deveria ser a única e legítima reação dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que se planejou para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça."

- Jean-François Brient

culturaleste.com.br

Dando uma volta pelo vasto mundo virtual da internet, deparei-me com este site, que contém algumas apresentações e movimentações artísticas na zona leste.

Gostaria de compartilhar com vocês:

http://www.culturaleste.com.br/

Abraço!