sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Separações no meio artístico




Costumo ouvir a frase: "você não tem do que reclamar", e gostaria que ela fosse em sua totalidade real, mas já posso listar fatores que fazem dessa frase, uma pequena fração da verdade e só. Um desses fatores é que: Sou artista no Brasil, um país repleto das mais diversas culturas e realidades, rico em referências e bonito na sua natureza, mas onde todos esses aspectos não são valorizados pela grande massa. 
Porém vou me restringir a falar da carga que carregam os próprios artistas. Vejo no meu convívio com meus colegas da arte, que eles mesmos são grandes responsáveis por essa desvalorização, comercialização e massificação do nosso universo artístico. Vejo artistas que segregam, que se fecham em clãs, grupos, crews, ou seja lá que denominação podemos dar a pessoas que se fecham em seus "estilos" negando as belezas e riquezas do outro e pior se separando do outro. Nós devemos ser unidos, respeitosos e por favor, humildes. Já conheci artistas humildes e esses são os mais sábios que conheci. O EGO sempre tomou conta dos fazedores de arte, mas com a compreensão de mundo que temos nos dias atuais, é obviamente inaceitável a valorização do ego em pessoas que se denominam genuinamente artistas. É triste ver que poderíamos estar todos conectados e unidos, lutando por ideais comuns e somando cada um com sua arte, mas ao invés disso, ficamos apontando o dedo para os colegas e excluindo-nos uns dos outros. Sonho e não utopicamente com a união e o respeito no meio das artes. E aconselho aqueles que além de se afastarem das demais artes, ficam ainda com modelos estéticos ultrapassados e classificando dentro de seu próprio eixo, nos deixando claro e amostra essas separações, em eventos exclusivistas, mesmices de público alvo e restrições das mais diversas mesmo que essas não sejam verbalmente declaradas, que abram suas mentes, desçam do altar do ego, respeitem-se entre si e sejam agregadores sempre. A arte é ferramenta do ser e do saber, só está a décadas sendo deturpada e mal utilizada.

Por Sthefany Leal

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