sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Educação arcaica.


Chegamos num período crítico em relação a atual situação educacional no Brasil. Moldes, padrões, métodos e fórmulas arcaicas tomam conta de nosso cenário de educação formal no país. Professores adeptos às formalidades e amarrados à pressupostos alienantes, tornam a prática docente travada em seu tempo, desrespeitando o processo evolutivo da sociedade e suas características contemporâneas.
Quando começamos a destrinchar os motivos pelos quais a situação da educação aqui é tão precária, um certo desespero nos atormenta, e aquela sensação de que tantas estruturas necessitam ser modificadas, que somente uma trupe de extraterrestres com diversos poderes poderiam causar alguma mudança em nível nacional.
 Utopias à parte, vejo presente no meu convívio com os mais diversos tipos de educadores, aqueles que parecem estar num nível “inconsciente” e aqueles que parecem estar num nível “consciente”. Porém a grande maioria ainda marcante, é daqueles que ainda não compreenderam em si mesmos, que tipo de educador ele é, e que qual tipo de aprendiz ele quer ter. E essas devem ser perguntas centrais na sua prática docente, mesmo que todo o sistema estruturado seja o causador de ações e reações de muitos fracassos nas escolas e salas de aula, está nas mãos dos educadores, parte da responsabilidade universal para uma nova ordem mundial. Diversos estudos relatam que a falta de saúde e alimentação básica, tornam o ensino inviável, ou seja, crianças e jovens doentes e desnutridos, não conseguem se desenvolver potencialmente em questões cognitivas. Então o Brasil está cavando o seu próprio buraco e a cada dia caminhamos rumo ao caos na sociedade. Isso na verdade já vem acontecendo, e posso analisar com clareza pois habito na cidade mais cinza e consumista do Brasil, São Paulo. Aqui já vivemos o caos, ele é cotidiano. As questões mais primárias se tratando de educação deixam a desejar nos moradores daqui. Nossa religião é o dinheiro, nossas igrejas os shoppings e assim somos escravos do consumo e do trabalho. Ter vale mais do que Ser, e assim o caos social vem se consolidando dia após dia. Ainda me resta esperança, pelo trabalho que desenvolvo, pela biografia que está presente no meu trabalho e por conhecer colegas e projetos que acreditam na mudança e se aconselham nos textos imortais de Freire, Morin, Milton Santos entre outros. A fé sem hipocrisia aumenta quando entro em sala de aula e desconstruo, descubro, provoco, estimulo. Quando ouço relatos de alunos dizendo que estão lendo, filosofando, enfim, pensando e existindo. A luta não pode cessar e enquanto houver pensadores e fazedores como nós, ainda temos no que acreditar.

Sthefany Leal.

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