Chegamos num período crítico em relação a atual situação educacional no
Brasil. Moldes, padrões, métodos e fórmulas arcaicas tomam conta de nosso
cenário de educação formal no país. Professores adeptos às formalidades e
amarrados à pressupostos alienantes, tornam a prática docente travada em seu
tempo, desrespeitando o processo evolutivo da sociedade e suas características
contemporâneas.
Quando começamos a destrinchar os motivos pelos quais a situação da educação
aqui é tão precária, um certo desespero nos atormenta, e aquela sensação de que
tantas estruturas necessitam ser modificadas, que somente uma trupe de
extraterrestres com diversos poderes poderiam causar alguma mudança em nível nacional.
Utopias à parte, vejo presente no meu
convívio com os mais diversos tipos de educadores, aqueles que parecem estar
num nível “inconsciente” e aqueles que parecem estar num nível “consciente”.
Porém a grande maioria ainda marcante, é daqueles que ainda não compreenderam
em si mesmos, que tipo de educador ele é, e que qual tipo de aprendiz ele quer
ter. E essas devem ser perguntas centrais na sua prática docente, mesmo que
todo o sistema estruturado seja o causador de ações e reações de muitos
fracassos nas escolas e salas de aula, está nas mãos dos educadores, parte da
responsabilidade universal para uma nova ordem mundial. Diversos estudos
relatam que a falta de saúde e alimentação básica, tornam o ensino inviável, ou
seja, crianças e jovens doentes e desnutridos, não conseguem se desenvolver
potencialmente em questões cognitivas. Então o Brasil está cavando o seu próprio
buraco e a cada dia caminhamos rumo ao caos na sociedade. Isso na verdade já
vem acontecendo, e posso analisar com clareza pois habito na cidade mais cinza
e consumista do Brasil, São Paulo. Aqui já vivemos o caos, ele é cotidiano. As
questões mais primárias se tratando de educação deixam a desejar nos moradores
daqui. Nossa religião é o dinheiro, nossas igrejas os shoppings e assim somos
escravos do consumo e do trabalho. Ter vale mais do que Ser, e assim o caos
social vem se consolidando dia após dia. Ainda me resta esperança, pelo
trabalho que desenvolvo, pela biografia que está presente no meu trabalho e por
conhecer colegas e projetos que acreditam na mudança e se aconselham nos textos
imortais de Freire, Morin, Milton Santos entre outros. A fé sem hipocrisia
aumenta quando entro em sala de aula e desconstruo, descubro, provoco,
estimulo. Quando ouço relatos de alunos dizendo que estão lendo, filosofando,
enfim, pensando e existindo. A luta não pode cessar e enquanto houver
pensadores e fazedores como nós, ainda temos no que acreditar.
Sthefany Leal.
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