quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Desescolarizando o mundo.

“A gente pode pensar escolarização como uma espécie de colonização do imaginário. Como se o processo de escolarização fosse um processo operacional que a gente pudesse levar pro outro lado do mundo, instalar na mente das pessoas, e elas passassem a operar sempre a partir dos mesmos padrões: a institucionalização, a burocratização, a massificação, a hierarquia, e, fundamentalmente, um treino de silenciamento da própria sensibilidade, dos conhecimentos, da sabedoria local em nome da submissão a uma autoridade externa.”



Essa fala do André Camargo, muito ligada ao documentário Schooling the World, é o fio condutor de uma discussão que pode mudar vidas.

 

 

 

O que é escolarização, afinal?


Por aqui, quando falamos de escolarização, falamos de um ritual de anos e anos que doma, encaixota e prepara. E que ninguém, normalmente, questiona. Falamos de escolas, mas, também, de inúmeros processos similares que vivemos na vida, e que estão embrenhados na sociedade patriarcal em que estamos inseridos. Estão nas instituições, nos sistemas hierárquicos, inflexíveis, burocráticos – e permeiam nossas relações e tudo o que fazemos, de um jeito muito silencioso.
A verdade é que perdemos o começo da linha há algum tempo. Há uma desconexão com o passado, a história, a comunidade, as tradições locais. Com as raízes. Com nós mesmos. Tudo em prol do fomento de um paradigma econômico um tanto questionável.
O formato da escola ocidental é só um dos caminhos que validamos e perpetuamos sem pensar duas vezes, e que pouco alimenta de fato uma vida natural, livre e coerente. Esse assunto é tão forte e latente para nós que resolvemos juntar toda essa gente bacana que está falando e fazendo educação de outros jeitos, questionando a escola como ela é e quebrando muros (literal e metaforicamente) para trazer de volta a noção de conexão, comunidade e singularidade que a gente parece ter perdido muitos séculos atrás.
A Ana Thomaz, que atua há trinta anos no processo de desescolarização, que entende a escola para além de muros, das casas e do trabalho. O André Camargo, psicanalista, facilitador da Hub Escola e fundador da Jabuticaba - um projeto de Educação Livre. Luiz de Campos, membro de redes de aprendizagem colaborativa, como a Românticos Conspiradores e Escola de Redes, autodidata da educação democrática; e a Fernanda Heinz, diretora do documentário Sementes do Nosso Quital e co-diretora do programa Capital Natural, na BandNewsTV.

Fonte: educ-acao.com

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