Hoje eu resolvi tocar na garagem aqui de casa.
Eu moro numa avenida movimentada onde passam muitos carros e pessoas, eu moro numa cidade onde o fluxo não pára e onde as pessoas vivem preocupadas.
Foi uma experiência muito boa. Pessoas de dentro de seus carros abriam os vidros, me ouviam, sorriam. Pessoas passavam e no meio da selva cinza havia uma garota na sua garagem tocando violino, e isso causou algo em muitas das que passaram.
Um moço vendendo algodão doce deu muita risada quando imitei o som de sua buzina com meu instrumento. Uma moça tirou seus fones de ouvido voltando da escola e sorriu lindamente. Famílias em seus carros, esperando o farol abrir aplaudiam ali de dentro do veículo e sorriam. E fazia tanto tempo que eu não recebia tantos sorrisos de estranhos nas ruas de São Paulo que só me fez querer sair tocando em cada esquina e arrancando um sorriso ou outro no meio de tantas pessoas com as faces amarradas. Até um cachorro parou para me ouvir, e aí quem deu risada foi eu.
Eu sempre soube, o palco é bom para o ego, mas a arte é mais que isso amados, ela é sublime ou pelo menos era para ser.
Por Sthefany Leal, em 10 de setembro de 2013.
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